segunda-feira, 26 de abril de 2010

Encontrar um caminho

Estou aprendendo a cada dia a ter um novo olhar para cada situação que ocorre em sala de aula.E com isso perceber o que se passa com meus alunos e suas famílias,pois isto certamente reflete nos mesmos em todos os sentidos. Achei interessante postar o que trabalhei na reunião de hoje com os pais.
De acordo com Içami Tiba.
Aluno é transitório, filho é para sempre...
1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre.
2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar com internet, som, tv, etc...
3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados.
4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.
5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.
6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente.
7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.
8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.
9. É preciso transmitir aos filhos a idéia de que temos de produzir o máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.
10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.
11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista sexual.
12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo' .
13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.
14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.
15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.
16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.
17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.
18. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir também.
19. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reviver. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.
20.. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.
21. Pais e mães não pode se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível pagarem para falar com o filho que mora longe.
22. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.
23. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.
24. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.
25.. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.
Palestra ministrada pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, em Curitiba, 23/07/09..
O palestrante é membro eleito do Board of Directors of the International Association of Group Psychotherapy, Conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho "Via de Acesso", Professor de cursos e workshops no Brasil e no Exterior.
Não existem fórmulas mágicas, mas muitas dessas dicas podem nos ajudar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Refletindo a prática

Para Freire, a prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar.
Reflexão! Essa foi a palavra chave neste início do estágio. Não que isso não ocorresse antes, mas agora tem outro sabor. “Sabor de Estágio”O que fazer? Para quem fazer? Por que fazer? Mesmo atuando em sala de aula a mais de dez anos, a palavra “estágio” traz muitos outros questionamentos a tona. Durante a elaboração das atividades, e da atuação da prática pedagógica está semana, pensei avaliei e reavaliei minha própria prática pedagógica. Temos muita dificuldade para nos colocarmos no lugar do outro. Estou me colocando no lugar dos meus alunos quando são avaliados.
Segundo Lorenzoni, “A avaliação há de ser auto-avaliação para o aluno, instrumento de diagnóstico para o professor e constatação da trajetória do processo educativo da escola, para definir com objetividade e racionalidade deste mesmo processo de trabalho, com vistas a uma produtividade que se deseja em termos de uma certa qualidade”
Segundo Piaget, o ensino em todos os níveis da educação precisa ser fundamentado na atividade do aluno. Os conceitos não podem ser eficazmente ensinados ( aprendidos) através de métodos verbais somente, mas que a criança tenha permissão para realizar a sua própria aprendizagem.
Procurei durante esta semana desenvolver as atividades com meus alunos visando respeitar o ritmo de cada um. Dessa maneira alguns alunos não realizam todas as atividades propostas para o dia, mas as que realizam são bem feitas. Priorizo a participação de todos nos jogos e trabalhos coletivos, buscando a formação de sujeitos competentes ,capazes de abordar situações complexas. E disso faz parte as construções e aprendizados. A aprendizagem é um processo no qual passamos por várias etapas na construção de uma noção.Dentro de uma abordagens construtivista o erro não é temido.Piaget dá-se conta da importância do erro no desenvolvimento. Quantas vezes não nos damos conta da dificuldade do aluno e ficamos incomodados. O importante é aprender para compreender melhor o mundo.

Dolle, Jean Marie. Para compreender Jean Piaget. Rio de Janeiro.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996
LORENZonI, Luciana Maria. Considerações sobre avaliação do ensino-aprendizado. Educação, Porto alegre,12(16):17-25,1989.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Que sufoco!!!

Realizar o projeto de estágio foi uma loucura! Pouco tempo para escrever tudo aquilo que deve representar uma caminhada de aprendizagens no Pead. Busquei fazer o melhor.
Segundo Freud, ”precisamos rever nossa necessidade de desejar o outro conforme nossa imagem, respeitá-lo numa perspectiva não-narcísica, ou seja, aquela que respeita o outro, o não-eu, o diferente de mim, que não quer catequizar ninguém, que defende a liberdade de idéia e crenças”. Com base nestes princípios que estarei atuando, buscando a libertação e a transformação de meus educandos, pois o professor deve ser Informativo, mediador e dinamizador.Foi muito interessante aplicar o jogo de memória com as fotos dos alunos que eu havia planejado; todos se envolveram, se divertiram e ficaram ansiosos esperando a sua vez de jogar, mesmo que dois alunos tenham encontrado dificuldade em manter a concentração.
As ideias são muitas, espero conseguir realizá-las com êxito.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

2010! Desafios e expectativas.

Iniciar o estágio é um grande desafio, pois é hora de colocar em prática tudo que aprendi durante o Pead/UFRGS.
Segundo Freire, quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. É com este intuito que quero realizar meu trabalho. Minha prática será em uma turma de Educação Especial. Trabalho com esta modalidade deste 2004, sou professora titular nesta turma. Alunos com Deficiência Mental, esta classe está inserida em escola regular. Onde sou unidocente, a qual já existe a muitos anos nesta escola, eram três classes, mas hoje só temos uma, em 2008 foram fechadas às outras duas por determinação da Secretaria de Educação. Todos os alunos atendidos têm diagnóstico médico. Este ano atendo alunos na faixa etária dos 7 aos 15 anos. Os alunos que tenho estão sendo atendidos somente por mim, pois já tive alunos que recebiam atendimento paralelo do Projeto da APAE em contra turno. Alguns dos alunos que tenho necessitariam estar neste projeto e receber também o auxílio dos profissionais, porém este ano a APAE não dispõem de vagas. O objetivo desta classe é preparar o aluno para voltar para o ensino regular. O trabalho com alunos com necessidades educativas especiais é um trabalho ímpar, pois a cada dia os alunos nos surpreendem, mostrando suas capacidades, suas dificuldades, assim como ocorre nas classes regulares. Também é preciso ter muita paciência, pois os progressos são lentos e cada avanço é uma vitória. Acredito que esta é uma das coisas que diferencia a classe regular da especial, o saber valorizar os mínimos avanços apresentados. É necessário prestar atenção nas diferenças e isso se difere no trabalho, ainda mais no trabalho com os alunos especiais. Não podemos fragmentar as crianças, é preciso enxergá-los como seres únicos, sem comparações, a não ser com eles mesmos. Procuro realizar um trabalho que realmente tenha significado pra mim e para meus alunos. Busco trabalhar para que os conhecimentos sejam relacionados com suas vivências e significativos.
A cada dia que passa me emociono com meus alunos e vejo que todos têm capacidades de realizar, de fazer, de sentir, de aprender... Basta saber respeitar o tempo de cada um. Tenho muitas expectativas para este início, e muitas incertezas também. Como será? Planos de aula postados? Relatos diários?... Tenho 10 alunos na classe e uma diversidade imensa, realmente terei que aprender! A turma não é fácil!!!São agitados, necessitam de auxílio constante. Nem todos conseguem manter suas coisa e sala organizada, mas também são alegres participativos. Adoram jogos.
Estamos aprendendo o tempo todo, procuro mostrar para meus alunos a importância de aprender e para que aprender. Espero conseguir algumas mudanças, avanços em muitos sentidos a serem trabalhados com estas crianças. Tenho muitas expectativas, quero conseguir realizar algumas metas. E este será o meu grande desafio!